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Simpósios Temáticos

 

SIMPÓSIO TEMÁTICOS APROVADOS:
1. História e Direito. Proponente: Daniel Camurça Correia
Resumo: Busca-se com este Simpósio Temático discutir as fronteiras entre o estudo da história e a mecânica jurídica. Dentro do saber jurídico, as leis devem ser aplicadas, geralmente, seguindo padrões, normas e procedimentos. Porém, não é possível esquecer que a mesma é produzida por grupos, os quais tentam, a todo custo, impor suas vontades. Isso significa dizer que as leis também representam intenções e subjetividades. Ou seja, dentro da operação do direito existe uma forte imagem, e discurso, em que o operador do direito pode – e consegue – ser parcial, e que desta forma garantiria a legitimidade de suas ações e decisões. Porém, isso precisa ser questionado. É preciso entender o campo de aplicação das leis como um espaço de embates, no qual o discurso da verdade, do fato, da lei, do crime e da punição precisa ser problematizado. Diferentes estudos, dentro e fora do Brasil, mostraram como as leis foram edificadas, trazendo consigo marcas de dominação. É papel do pesquisador, dentro ou fora da produção do conhecimento historiográfico refletir sobre o papel do labirinto jurídico, dos termos e procedimentos incalculáveis, das ações e decisões de magistrados e doutores, para entender como esta ferramenta do Estado cumpre, ou não, seu papel público.


2. Religiosidades: Narrativas e sujeitos. Proponentes: Kamillo Karol Ribeiro e Silva; Maria Lucíia de Andrade;
Resumo: Este simpósio temático tem como objetivo congregar profissionais, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação de cursos ligados ao estudo da história e de outras Áreas do conhecimento, interessados na investigação e no ensino de temas relacionados ás práticas religiosas em suas mais diversas manifestações a partir do entendimento de como nossa sociedade foi erigida em torno de um profundo sincretismo religioso.


3. Interfaces interdisciplinares entre história e educação. Proponentes: Ana Amélia Rodrigues;  Augusto Ridson de Araújo Miranda;
Resumo: O presente simpósio temático, fruto dos interesses de pesquisa, ensino e extensão do Laboratório de Ensino e Aprendizagem em História (LEAH) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino de História e Educação Histórica (GEPEH), ambos vinculados ao Departamento de História da Universidade Federal do Ceará, tem por objetivo agregar pesquisadores e pesquisas que visam superar as cotidianas dicotomias construídas entre a ciência histórica e os estudos educacionais. Desta forma, este simpósio parte das premissas de Rusen (2011).


4. Negros e índios no processo de formação social brasileiro. Proponentes: Franck Pierre Gilbert Ribard; Jofre Teofilo Vieira; Eylo Fagner Silva Rodrigues
Resumo: Este simpósio pretende possibilitar o diálogo e a troca de conhecimento entre pesquisadores com trabalhos acadêmicos que abordem a temática do negro e do índio no processo de formação social brasileiro. Neste sentido, busca-se problematizar os limites ideológicos que foram sendo estabelecidos ao longo do tempo, cuja marca principal foi a sistemática exclusão desses sujeitos. A ideia central é ampliar a reflexão ao considerar novas perspectivas de estudos (pensar em modelos teóricos, fontes e metodologias), que abordam os vários processos em que os negros e os Índios são vistos como protagonistas de suas próprias histórias, ou seja, enquanto ser social sujeito de suas próprias escolhas e opções. Assim, o simpósio é entendido como um espaço que pretende também estimular a reflexão a respeito das possibilidades e dificuldades da investigação histórica nos arquivos (públicos ou privados) e suas tipologias documentais relevantes a temática. Desta forma, o simpósio visa possibilitar o diálogo entre diferentes pesquisadores cujos trabalhos desenvolvidos abordem a presença de negros e Índios (ou outros grupos Étnicos) na vida social e política, bem como, sua importância econômica e identitária no processo de formação social brasileiro.

5. Patrimônio cultural, lugar social e caminhos políticos. Proponentes: Carlos Renato Araujo Freire; Vagner Silva Ramos Filho;
Resumo: O presente simpósio, organizado pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Património e Memória (GEPPM-UFC/CNPq), pretende agregar falas, vivências e pesquisas acadêmicas que salientem a polifonia dos conceitos, a variedade de instrumentos e a diversidade de práticas no campo do patrimônio cultural. A análise sobre o ato de patrimonializar, que não se restringe à escala estatal e canônica, tem a capacidade de destacar interesses articulados por diferentes instituições, grupos e indivíduos. Essa ampla atuação renovou o olhar para os patrimônios tradicionalmente herdados, como os materiais estruturados à base de “pedra e cal”, e para os chamados novos patrimônios reivindicados, como os imateriais, paisagísticos, dolorosos, digitais e etc. O uso tático de definições regularizadas por diversas instâncias (internacional, federal, estadual e municipal), o reclame da capacidade de estabelecer identidades, a demarcações do que lembrar e esquecer, e a conjugação do sentido dado a temporalidade evidenciam ainda mais a atribuição de valores aos bens culturais como gesto político. A despeito deste campo, marcado por acordos e conflitos, interessa-nos especificamente contemplar experiências que priorizem tanto os olhares para o lugar social dos agentes que produziram historicamente o campo do patrimônio quanto para aqueles que o refletem, vivenciam e reivindicam-no cotidianamente. Assim, o simpósio abre-se para a participação de pesquisadores, estudantes, produtores culturais, profissionais, integrantes de coletivos e demais interessados na reflexão critica, plural e democrática do assunto.

 

6. HISTÓRIA E MEMÓRIA DOS BAIRROS: DISPUTAS, REPRESENTAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES NA CIDADE . Proponentes: Cristiano Rodrigues Rabelo; Carolina Maria Abreu Maciel; 
Resumo: Analisar as histórias e memórias dos bairros é entrar em contato com uma miscelânea de experiências que ajudam a compor as transformações pelas quais passam uma cidade. O bairro é, sobretudo, o local mais próximo afetivamente dos moradores de uma urbe, estabelecendo, assim, um sentimento de identificação com o lugar. Revela-se nesses espaços uma diversidade de relações que vão desde lembranças saudosistas de como era e do que se tornou, até modelos de organização social que resultaram em cobranças junto ao poder público, por melhores e saudáveis condições de vida. Os bairros de uma cidade podem ainda ser produtos do disciplinamento urbano, a partir de processos de remoções e construção de conjuntos habitacionais motivados pela inauguração de grandes avenidas e/ou empreendimentos comerciais. Nesse sentido, pensar a cidade por meio de seus bairros, é compreendê-la em sua diversidade de histórias e memórias que ora se confundem, ora se alimentam nas narrativas individuais e coletivas de quem vive nesses locais. É, com isso, perceber que nesses espaços há¡ modelos de ser e agir, muitas vezes, silenciados e/ou esquecidos na pesquisa histórica.


7. O Brasil oitocentista: uma análise plural. Proponentes: Dhenis Maciel; Ana Paula Gomes Bezerra;
Resumo: O presente Simpósio tem como objetivo principal, promover o diálogo entre pesquisadores interessados nas diferentes subdivisões de campo das Ciências Humanas, e temáticas como sociabilidade, política, natureza, consumo, escravidão, ciência e cultura no contexto do Brasil durante o século XIX que aqui será¡ problematizado a partir do conceito de ""Grande século XIX"" de Eric Hobsbawm. Entendendo este recorte como estendido para as ultimas décadas do século XVIII até os fatos que desencadearam a Primeira Guerra Mundial busca-se não apenas uma correlação cronológica entre as pesquisas, mas sim um mesmo horizonte de expectativas ou como conceituado por Koselleck, trabalhos que estejam dentro de um mesmo escopo de experiências e expectativas especificas deste contexto.


8. História, Cidade e Sensibilidades. Proponentes: José Maria Almeida Neto; Erichsen Fernandes; Gleiciane Damasceno Nobre
Resumo: A partir das discussões e inovações propostas pela Escola dos Annales, a historiografia passou por transformações, que trouxeram a tona novos objetos de estudo, abrangendo uma maior variedade de fontes, não restringindo à  ciência histórica apenas as obras e os vestígios dos grandes vultos, fossem personalidades ou instituições oficiais. As expressões de sentimentos e emoções, mesmo particulares, acabaram adquirindo valor enquanto objeto de estudo da história mostrando que as sensibilidades, enquanto um conjunto de sentimentos, fizeram e fazem parte de um processo sociocultural, refletindo as interações entre seres humanos e seu ambiente social em um dado espaço de tempo. Os espaços da cidade, inclusive, não se configuram de maneira neutra, mas refletem tensões e conflitos de interesses. Partindo desta premissa, esse simpósio pretende reunir, sobretudo, os estudos da trama entre a história, os espaços urbanos e as sensibilidades. Questão cara aos historiadores que demonstram a necessidade de problematizar o espaço urbano em seus aspectos simbólicos. A cidade, portanto, é pensada não apenas como cenário das ações, mas entendida no próprio processo de construção histórica já que seus espaços envolvem problemáticas que evidenciam um processo de disputas - de memórias, preservação, tradição, experiências e rituais - a partir de intervenção técnica de projetos dominantes, mas também de práticas vivenciadas pela população que se desdobram em novos usos e significados destes espaços. Pretende-se abrir espaços para pesquisas que tenham, entre outros campos, a cidade, as múltiplas temporalidades, a cultura sensível, o espaço urbano, o corpo, a sensibilidade e as transformações  do espaço público na modernidade, preocupados com a pesquisa em História e outras áreas.


9. História Agrária. Proponentes: Mário Martins Viana Júnior; Samuel Carvalheira de Maupeou 
Resumo: Este simpósio temático tem por intuito reunir e aproximar professores, estudantes e demais pesquisadores(as) que tenham interesse em debater temáticas relacionadas ao estudo da questão agrária no Nordeste, principalmente no Ceará. Desta forma são muito bem vindos trabalhos preocupados em investigar, analisar e compreender relações estabelecidas no Âmbito rural, desde o período colonial até a contemporaneidade, conferindo centralidade a pesquisas sobre as populações do campo, suas culturas, economias, trabalhos, comportamentos, formas de produção, alimentação e lazer, entre outros. O simpósio tem interesse também em recepcionar pesquisas cujo objetivo seja a análise das transformações no Âmbito rural impelidas pelo Estado e suas instituições e pelo avanço das relações capitalistas no campo, sem deixar de observar os conflitos pela terra, as formas de luta e resistência, os processos migratórios, as memórias camponesas, entre outras questões que ajudem a compreender a historicidade e a diversidade dos sujeitos e suas relações no campo. A expectativa é que essa aproximação de estudiosos(as) sobre a questão agrária propicie múltiplas e variadas trocas de saberes, conhecimentos, metodologias e bibliografias.


10. Materialidade e paisagem: reflexões interdisciplinares sobre a relação cultura – natureza. Proponentes: Everaldo Gomes Dourado;  
Resumo: 
Essa proposta visa reunir trabalhos que, considerando as várias temporalidades, contemplem reflexões sobre o comportamento humano expressado na materialidade e também na paisagem. Entendemos por cultura material qualquer segmento do meio físico modificado por comportamentos culturalmente determinados (DEETZ, 1977), assim como a paisagem pode ser compreendida como as interações entre o homem e o meio que o envolve (ANSCHUETZ et al., 2001). Seguindo a máxima de Braudel “a história é o homem e tudo mais. Tudo é história: solo, clima, movimentos geológicos, etc”, propomos que novos segmentos devem ser considerados pelo historiador como fonte de pesquisa, pois o saber histórico perpassa não apenas a escrita e oralidade, mais também deixa marcas em rochas, (re)significa espaços e pode construir utensílios e estruturas físicas.


11. A Loucura e suas Interfaces: Produções Acadêmicas e Movimentos Sociais. Proponentes: Cláudia Freitas de Oliveira; 
Resumo: A loucura é um conceito histórico configurado em espacialidades e temporalidades diversas e construção nas experiências socioculturais vivenciadas por mulheres e homens em seus cotidianos. Ao longo da história da humanidade ocidental, ela constituiu-se em discursos e práticas marcados por profundas singularidades acerca das concepções de mundo, individuo e sociedade. Como objeto de inquietação contemporânea, a loucura constitui-se em interfaces e diálogos transversais articulados por múltiplos saberes acadêmicos, instituições e vivências sociais. O Simpósio temático propõe abrir o debate para pesquisadores, estudantes e profissionais que desejem contribuir para o fortalecimento acerca da temática da loucura enquanto objeto de investigação no universo acadêmico.


12. OBS: O ST12 foi unificado com o ST8.


13. Migração, miscigenação e condições jurídicas na formação sociofamiliar e cultural nos sertões. Proponentes: Elisgardênia de Oliveira Chaves; Adson Rodrigo Silva Pinheiro; 
Resumo: No Brasil uma gama de pesquisas historiográficas desenvolvidas, sobretudo a partir dos anos 1970/80, embasadas por arcabouço documental, metodologia e perspectivas teóticas variados, tendo nas procedências, nas mobilidades geográficas e formas de uniões elementos fundamentais de análises, vem possibilitando a identificação das complexidades e pluralidades em torno da formação sócio familiar nos sertões brasileiros na Colônia e no Império. Este simpósio objetiva provocar debates e congregar estudos que discutam acerca das condições jurídicas e naturalidades múltiplas, no que diz respeito à formação populacional; organizações de proles e redes de sociabilidades expressas nas diferentes formas de constituírem família (legitimas, consensuais, bígamas, livres, escravas, forras, endogâmicas, exogâmicas e mistas); relações de compadrio; estratégias de resistências e liberdades; e condições de vida e modos de trabalho livre e escravo do período colonial e imperial brasileiro.


14. Teoria da História, Filosofia da História e História da Historiografia. Proponentes: Eduardo Ferreira Chagas; Raylane Marques Sousa; 
Resumo: A proposta do Simpósio temático é congregar professores, pesquisadores e ​alunos€‹â€‹ de vários níveis acadêmicos, de várias instituições e escolhas teóricas, interessados em discutir e divulgar pesquisas nas áreas de Teoria da História, Filosofia da História e História da Historiografia (seja historiografia antiga, contemporânea ou brasileira)​. ​Pretende ser, antes de tudo, um espaço para a convergência e intercâmbio de ideias, um ambiente relativamente abrangente, onde os comunicadores possam expor propostas de pesquisas, pesquisas em andamento, pesquisas concluídas, agendas de pesquisa€‹s​ e ​leituras, sem​ com isso​ ter a preocupação de apresentar trabalhos com objetos delimitados e/ou ​em estágio já avançado. Dessa forma, sugere-se para o ST a proposição de trabalhos que abordem os seguintes temas: os fundamentos da produção do conhecimento histórico. O ST não tem a pretensão de cobrir todos os debates teóricos e metodológicos clássicos e atuais importantes. Então, é quase certo que muitos outros temas que não estão listados aqui apareçam para incrementar a discussão e serão muito bem-vindos. Busca-se, portanto, não a resposta decisiva para cada um deles, mas sim o debate aberto em torno desses assuntos e de outros que possam surgir e contribuir para a reflexão, a partir de outras bases e ​perspectivas, das mais variadas questões que essas temáticas certamente suscitarão.


15. Fazeres e experiências no campo da saúde. Proponentes: ANA KARINE MARTINS GARCIA; 
Resumo: As questões referentes a Saúde aparecem, frequentemente, no decorrer da nossa História, porém somente a partir da década de 60, na 3°fase da Escola dos Annales, nos anos XX é que as pesquisas e estudos dos historiadores passaram a serem direcionadas a as questões que envolvem saúde, ciência e doenças. As problemáticas pensadas através de uma diversa documentação têm permitido o entendimento das relações sociais, culturais e de poder construídas pelos diferentes grupos em nossa sociedade e também a análise do cotidiano desses sujeitos nas cidades e nos espaços privados e públicos. Desse modo, consideramos relevante o constante debate e pesquisa acadêmica para a ampliação das percepções históricas sobre essa temática. Nesse sentido é que nesse simpósio temático propomos a reflexão sobre as experiências e fazeres que fizeram parte da  atuação e prática científica de médicos, sanitaristas, enfermeiros, farmacêuticos e outros.


16. Família escrava no Ceará (1730-1810). Proponentes: Francisco José Pinheiro; 
Resumo: O estudo sobre a família escrava tem possibilitado um debate central no combate ao racismo e, por outro tem desconstruído uma série de preconceitos construídos historicamente em relação a população negra no Brasil. Citando Slenes "" No Brasil, as representações da vida intima na senzala permanece quase constantes, desde a abolição até a década 1970. Constatavam-se, em todo o período, sombrias cenas de promiscuidade sexual, uniões conjugais instáveis, filhos crescendo sem a presença paterna"". De acordo como autor essa visão foi sendo construída a partir da segunda metade do século XIX. Para comprovar sua hipótese cita, inicialmente Louis Couty, viajante francês, que esteve no Brasil, produziu uma farta literatura sobre o país e sobre a família escrava e afirmava: a maioria dos filhos escravos conhecem apenas um de seus pais, a mãe, e esta frequentemente ficaria constrangida se tivesse que preencher um registro civil exato."
Além do mais o  trabalho que realizamos sobre a família  escrava no Ceará¡, dialogando com os estudos realizados por outros estudiosos em vários universidades, tem revelado dados como: um percentual significativo de casamentos ou constituição de famílias envolvendo escravos e livres. As pesquisa em outras regiões como a Bahia, de acordo Schwartz, "" Havia, por exemplo, uma política geral não escrita mas amplamente praticada de restringir o universo social do cativo, confinando-o, quando possível, ao perímetro do engenho, fazenda de cana ou unidade escravista. Tal política limitava drasticamente as oportunidades familiares para os escravos, especialmente em propriedades menores. "Sendo assim esse é um dado a revelar os caminhos diversos para a constituição de família escrava no Brasil. Por outro a presença majoritária de escravizados vindos daÁfrica marcada pela matriz cultural bantu e a seu contato com culturas tão diversa como a dos povos nativos, principalmente através do casamento, nos indaga sobre a nova identidade Étnica construída no espaço cearense a partir desse contato. Como também de povos vindos do Golfo de Guine ou Costa da Mina que representava outras matrizes culturais e também experimentaram relações idênticas no Ceará. Além do mais no Ceará¡ há¡ alguns dados que chamam a atenção como: A presença majoritária de mulheres escravizadas, quando no sudeste havia uma relação inversa, isto é a presença majoritária do escravos. Em todos os censo realizado no Ceará¡ a partir de 1804, passando pelo censo de 1872 até a matricula realizada em função da lei do ventre livre a presença de mulheres era majoritária. Um outra constatação era quanto o tamanho dos planteis. No Ceará um levantamento feito na região norte da capitania, dando conta de todas unidades produtivas, foi constatado primeiro 19% destas unidade não tinham escravos e, por outro a maioria dos proprietários estavam situados na faixa de 1 até 9, isto é 73%. Para estudiosos como Slenes, nos  estudos sobre Campinas, o encontro de parceiros, pelos escravizados, era facilitado devido o tamanho dos planteis quanto maior eram estes mais fácil o casamento, visto que nessa região era praticamente vedado  casamentos entre escravos e livres ou escravos de proprietários diferentes.  Por fim, esse é um tema que tem assumido centralidade, principalmente frente as reações diante de políticas como a das quotas nas universidades públicas para os afrodescendentes que busca combater as desigualdades que marcar a histórias dessa parcela da população brasileira.

17. Trabalho e Cultura Camponesa. Proponentes: Tyrone Apollo Pontes Cândido; Aline Silva Lima; 
Resumo: Vislumbrar o trabalhador rural como agente histórico é o ponto de partida que delimita este Simpósio. Temos como objetivo tratar de questões relacionadas ao mundo do trabalho dos que têm sua origem no campo, mas isso não deve excluir visões sobre os que procuram as cidades em percursos migratórios. Convocamos pesquisas que estabeleçam conexões com a cultura camponesa em sentido abrangente, situando a figura do trabalhador na sua interação comunitária, com os agentes do poder e em relação ao meio ambiente. Entenda-se por relações de trabalho aquelas que envolvam não somente o confronto entre patrões e empregados, proprietários, moradores e rendeiros, mas também as que tangem as diferenças de gênero e de gerações, formas diversas do exercício de poder e exploração, a caracterização do trabalho degradante, forçado ou da escravidão contemporânea, além das variadas estratégias pelo acesso a Água e a conquista da terra. Interessa compreender como é pensada a resistência no cotidiano das relações de poder, mas também as lutas que convocam para os conflitos rurais mediadores como partidos políticos, religiosos, jornalistas, advogados, sindicalistas ou representantes do Estado. Enfim, são igualmente bem vindas às investigações que tratam da cultura camponesa no sentido das experiências de escolarização e manifestações artísticas, principalmente aquelas que articulam e/ou contrapõem saber cientifico e cultura popular no cenário dos conflitos pela reforma agrária, na organização de obras públicas, na formação sindical e nas práticas de resistência contra o desmatamento e outras formas de degradação ambiental. 


18. Cultura letrada: sobre impressos, literatura e política. Proponentes: Ana Amelia de Moura Cavalcante de Melo; Irenísia Torres de Oliveira; 
Resumo: Este simpósio pretende estabelecer um diálogo e reflexão sobre a cultura letrada no Brasil e América Hispânica, procurando, desde o ponto de vista histórico, examinar a questão a partir de três dimensões importantes: a formação de um campo intelectual e letrado.


19. História e literatura: problemáticas e possibilidades. Proponentes: José Dércio Braúna ; 
Resumo: História e literatura são ofícios que guardam umbilicais ligações, que partilham o uso e a exploração das possibilidades de dizer da palavra na construção de narrativas, cada qual delas, é certo, guardadoras de suas operações (mecanismos e intencionalidades) próprias. Entende-se aqui a literatura como forma narrativa que, desde pelo menos o século XIX, abriga diversos e complexos encargos, social e culturalmente identificáveis e, portanto, problematizáveis. Este Simpósio Temático, pois, pretende reunir pesquisadores interessados em problematizar a literatura na sua condição de fonte para a história, bem como também pensa-la enquanto possibilidade de pensamento. Um Âmbito de suas preocupações diz respeito à relação história/literatura em espaços africanos e às questões colocadas a essa relação e seu estudo pelas correntes teóricas abrigadas sob a designação “pós-coloniais”. Assim, esperam-se trabalhos que contemplem discussões como: representações da história na literatura.

 

20. Memória e história local: possibilidades e perspectivas. Proponentes: Alex da Silva Farias; 
Resumo: O presente simpósio temático propõe abordar possibilidades e perspectivas acerca de questões teóricas e metodológicas de forma interdisciplinar, a fim de elucidar as investigações sugeridas nos campos de estudos orientados para a memória dos espaços urbanos nas cidades do interior e fora dos grandes centros. O objetivo é articular as categorias da memória, representação, discurso, cultura e património bem como suas variantes, sugeridas a partir das delimitações temáticas focadas da história regional e local para a história global.


21. Trabalho, Cultura e Movimentos Sociais. Proponentes: Jormana Maria Pereira Araújo; Eduardo Oliveira Parente; 
Resumo: O objetivo desse simpósio temático é compartilhar experiências de pesquisa que atuem na análise dos trabalhadores e trabalhadoras, sejam do campo ou da cidade, enquanto sujeitos inscritos em seu tempo, com suas identificações e conflitos de classe. Entender como organizaram seu cotidiano e espaços de sociabilidade, os processos de trabalho (formais e ""informais""), as formas de luta coletiva e/ou individual, as organizações (mutuais, beneficentes, sindicais, etc), a cultura política, as negociações e conflitos com os patrões e com o Estado é um modo de dar a ver a complexidade dos mundos do trabalho que se configuraram no passado.


22. Trabalho livre, trabalho escravo e migrações. Proponentes: Francisco Ramon de Matos Maciel; Tatiana Silva de Lima;

Resumo: Este simpósio temático é um campo para a discussão de duas dimensões da cultura: trabalho e migrações. Ele congrega estudos que pensem o mundo do trabalho e as migrações de forma articulada ou separada durante o Brasil império e o Brasil república, especialmente na região Norte e Nordeste. O simpósio pretende alargar e aprofundar os debates sobre as multiplicidades do trabalho escravo, do trabalho livre, da passagem da escravidão à liberdade no Brasil rural e urbano, dos deslocamentos e migrações feitos pelos trabalhadores, camponeses e outros grupos sociais decorrentes das crises socioclimáticas (secas e enchentes), atividades de extração, agropecuária e obras de modernização nas cidades e campos. Assim, abordaremos as múltiplas experiências socioculturais em trânsito desses trabalhadores, e como ela constitui um campo de estudos voltado para a perspectiva de uma história social preocupada na problematização desses sujeitos históricos em seu processo de autoformação, politização e lutas sociais, porém, longe de entendê-los como grupos amorfos e homogêneos, mas que trazem suas aproximações, diferenças e peculiaridades, a partir dos lugares sociais e contextos históricos que viveram.

23. Dinâmicas culturais e práticas sociais no mundo atlântico português: instituições, religiosidades e relações de poder (séculos XVI-XVIII); Proponentes: Adriel Fontenele e Halyson Rodrygo;

Resumo: Este Simpósio Temático pretende reunir estudantes e pesquisadores que se ocupam e tenham interesse nas mais variadas manifestações das dinâmicas sociais e culturais do mundo atlântico colonial português. Nesse sentido, buscar-se-á reunir trabalhos – intenções de pesquisa, pesquisas em desenvolvimento e pesquisas concluídas – voltados para as temáticas dos estudos coloniais. Neste conjunto, espera-se agregar discussões acerca de questões tais como: narrativas de cronistas e viajantes, atuação de instituições religiosas, sexualidades, cotidiano, família, redes clientelares, escravidão, posse e uso da terra, transgressões e resistências sociais. Considera-se, ainda, que tais questões podem aparecer como relacionadas a outros temas consagrados pela historiografia especializada, tais como: politica, economia e administração colonial.

 

24. Gênero e novas perspectivas para a construção historiográfica na pesquisa e no ensino

Proponentes: Ana Rita Fonteles Duarte e Elias Ferreira Veras;

Este GT reunirá trabalhos que utilizem a categoria gênero, avaliando criticamente as possibilidades de sua utilização nas pesquisas e no ensino de História, a partir do que vem sendo feito e do que ainda poderá ser realizado em termos teóricos e práticos. O conceito “gênero” foi incorporado com força pelas ciências humanas, no Brasil, a partir dos anos 90 do século XX, possibilitando a renovação de olhares e perspectivas teóricas em diversos campos, o que incluiu a História. Embora o utilizem em profusão em títulos de artigos e livros são poucos as historiadoras e os historiadores que têm refletido sobre o gênero como categoria de análise, tornando-se urgente essa discussão. A partir da utilização fundamentada e historicizada da categoria gênero, procuraremos discutir e auxiliar na elaboração de temáticas já tradicionais a partir de novos enfoques.

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